A pedagogia das perdas

Das experiências de perdas pelas quais passamos na vida, a mais dolorosa é, sem dúvida, a do luto. Perder uma pessoa amada, especialmente no seio da família, é sentir que foi embora um pedaço de nós. Uma sensação de vazio, de impotência e uma tristeza profunda tomam conta do nosso coração. No entanto, até mesmo a experiência do luto pode ser transformada em ganho quando refletida com mais profundidade. Por exemplo, a perder alguém, aprendemos valorizar mais os que ficaram e canalizar, com maior intensidade, o nosso amor, carinho e afeto para eles. Todo dia é dia de amar e de vivenciar a afetividade com as pessoas queridas, pois nunca sabemos quando poderemos perdê-las.
Outra lição que aprendemos com o luto é valorizar o tempo que ainda nos resta de vida e transformá-lo em um tempo de perdão, de paz, de solidariedade e de companheirismo.
Costumamos perder muito tempo com coisas e atitudes mesquinhas que, às vezes, em nada enriquecem nossos relacionamentos; antes, empobrecem nossa qualidade de vida. A experiência do luto nos revela amigos ocultos, reaproxima amizades esquecidas, quebranta o coração para que não haja espaço para a amargura e, especialmente, revela a fragilidade de nossa humanidade. Só Deus é realmente grande; e nós somos nada sem Ele.
Por último, a experiência do luto desperta em nós a reflexão sobre a vida eterna para além dos limites da materialidade, quando, então, firmados pela fé em Deus, entendemos que ninguém morre para sempre, pois o próprio Jesus Cristo nos afirma: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá (João 11.25).
Por isso, ainda que dolorosas, as perdas podem ser transformadas em ganhos. Basta entendermos que Deus está no controle de tudo e que aquilo que hoje aparentemente nos parece grande perda, amanhã se transformará numa vitória ainda maior.
Pr. Estevam Fernandes de Oliveira
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